sexta-feira, 26 de março de 2010

Texto escrito pelo Monitor Pisca Pisca

Disse me disse
(José Mauricio - Monitor Pisca Pisca)
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Disseram pra mim que ao ter filhos, iria me rever na infância. Iriam ocorrer flashes, memórias. Agiria tentando acorrigir os erros que meus pais cometeram comigo. Iria ensinar e reviver as coisas boas que meus pais passaram pra mim, viveram comigo.
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Disseram que ao ser pai, aumentariam as responsabilidades, diminuiriam as liberdades, nem mais haveria tempo pra libertinagens.
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Também disseram que pai seria quem cuida, quem educa. Pai tem que dar as ordens, direcionar, mostrar o mundo. Ser pai seria estar preparado para ser super herói de uma criança de dois anos, mesmo você sendo gordo, fraco, careca (não lembro em minha infância de super herói careca!!?) torto ou fragil. Que ser pai seria brincar, imitar cachorro, limpar frauda, chegar em casa e ter um sorriso de uma criança te esperando depois de um dia infernal de trabalho e estar preparado pra, neste mesmo dia, as coisas puderem estar piores em casa. Ser pai seria ouvir choro, perder noites, esquecer a coisa de acordar tarde.
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Que a coisa boa estaria em ver você em miniatura, acompanhar as primeiras falas, passos, xixi em pe, xixi sentada, danças desengonçadas, bola pra todos os lados, bonecas despenteadas. Ser pai seria saber cuidar do outro, dos outros, de você, das crias e da mulher ao lado. Pai seria futuro, passado, presente. Porem nunca ausente, se não, não era o pai.
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Disseram, há como disseram, que tem hora certa pra ser pai, seria como um plano, uma planificação, com metas, objetivos, recursos, eixos, um projeto em fim.
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Pra ser pai teria que estar preparado, parecia que era estar preparado para um guerra, um jogo, uma decisão.
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Decidi...
E senti vozes: Feliz seja nossa Senhora do Bom Parto.
E partir então.
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