Isto foi fruto de sua luta!
Para acompanhar a votação, estarão presentes diversas autoridades, como o governador Jaques Wagner, o ministro interino da Cultura, Juca Ferreira, e o presidente da Fundação Palmares, Zulu Araújo. E, claro, capoeiristas, que vão fazer uma grande roda do lado de fora do palácio.
Também na mesma noite haverá a exposição Na Roda da Capoeira , produzida a partir do inventário de referências da manifestação, realizado entre 2006 e 2007, para o registro desse bem imaterial. Pinturas, esculturas em barro, instrumentos musicais, xilogravuras e folhetos de cordel compõem a mostra que retrata a capoeiragem.
Registro - O pernambucano Naná Vasconcelos aprova a medida: “O Ministério da Cultura já havia tombado a ciranda e a tapioqueira, que são patrimônios vivos. A iniciativa de tombamento faz as coisas não desaparecerem, fica um registro importante e as pessoas tomam consciência da importância da cultura local”, diz o especialista em berimbau.
Segundo Naná, o instrumento tem, sim, bastante complexidade, ao contrário do que apregoou o ex-diretor da Faculdade de Medicina, Antonio Natalino Dantas, obrigado a renunciar ao cargo depois de afirmar que “o berimbau é um instrumento para quem tem poucos neurônios”.
Caso seja realmente implantado, o plano poderá evitar que mestres como Bimba e Pastinha morram em sérias dificuldades financeiras. “Os mestres têm muita fama, mas não possuem condições dignas de moradia e nem sequer de sobrevivência. O Mestre Curió, por exemplo, tem quase 70 anos e mora no bairro de Castelo Branco, num lugar de péssimo acesso”, observa Adriana Albert Dias, historiadora e pesquisadora.
O plano irá propor também o reconhecimento do notório saber dos mestres de capoeira pelo Ministério da Educação. Na prática, isso significa que esses detentores do saber, ainda que não tenham diploma em educação física, poderão ensinar capoeira em escolas e universidades.
A trajetória da capoeira até a provável elevação ao grau de Patrimônio Cultural não foi fácil, como lembra Adriana: “Durante uma fase, a prática foi considerada crime pelo Código Penal. Mas a década de 30 do século passado foi um marco divisor. A partir dali, a capoeira começou a ser reconhecida pela sociedade. Ela deixou de fazer parte apenas do mundo das ruas e passou a ser considerada símbolo da identidade nacional”.
Depois de cerca de 300 anos de história no Brasil, a capoeira deve, finalmente, ser reconhecida nesta terça-feira, 15, como Patrimônio Cultural Brasileiro. A proposta do registro será apreciada durante a reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), no Palácio Rio Branco, antiga sede do governo da Bahia, às 15 horas.
Para acompanhar a votação, estarão presentes diversas autoridades, como o governador Jaques Wagner, o ministro interino da Cultura, Juca Ferreira, e o presidente da Fundação Palmares, Zulu Araújo. E, claro, capoeiristas, que vão fazer uma grande roda do lado de fora do palácio.
À noite, com direito às pompas do às 19 horas, no Teatro Castro Alves, em festa para convidados, será realizado um show para homenagear a capoeiragem. Roberto Mendes, Mariene de Castro, Wilson Café, RamiroMusotto, Naná Vasconcelos e mestre Lourimbau são alguns dos músicos que se apresentarão.
Também na mesma noite haverá a exposição Na Roda da Capoeira , produzida a partir do inventário de referências da manifestação, realizado entre 2006 e 2007, para o registro desse bem imaterial. Pinturas, esculturas em barro, instrumentos musicais, xilogravuras e folhetos de cordel compõem a mostra que retrata a capoeiragem.
Registro - O pernambucano Naná Vasconcelos aprova a medida: “O Ministério da Cultura já havia tombado a ciranda e a tapioqueira, que são patrimônios vivos. A iniciativa de tombamento faz as coisas não desaparecerem, fica um registro importante e as pessoas tomam consciência da importância da cultura local”, diz o especialista em berimbau.
Segundo Naná, o instrumento tem, sim, bastante complexidade, ao contrário do que apregoou o ex-diretor da Faculdade de Medicina, Antonio Natalino Dantas, obrigado a renunciar ao cargo depois de afirmar que “o berimbau é um instrumento para quem tem poucos neurônios”.
Naná afirma que “parou tudo” para estudar berimbau e o transformou num instrumento solista.
“O berimbau me levou pro mundo. Há 38 anos, uso exatamente o mesmo modelo, confeccionado por mim mesmo. Com ele, sou solista em uma orquestra sinfônica”.
“O berimbau me levou pro mundo. Há 38 anos, uso exatamente o mesmo modelo, confeccionado por mim mesmo. Com ele, sou solista em uma orquestra sinfônica”.
Salvaguardar - Na prática, a elevação da capoeira ao status de patrimônio cultural pode significar muito: “Será lançado também o Plano de Salvaguarda da Capoeira , que, entre muitas ações, prevê a criação de um plano de previdência especial para os velhos mestres”, afirma Márcia Sant‘Anna, diretora do Departamento do Patrimônio Imaterial do Iphan.
Caso seja realmente implantado, o plano poderá evitar que mestres como Bimba e Pastinha morram em sérias dificuldades financeiras. “Os mestres têm muita fama, mas não possuem condições dignas de moradia e nem sequer de sobrevivência. O Mestre Curió, por exemplo, tem quase 70 anos e mora no bairro de Castelo Branco, num lugar de péssimo acesso”, observa Adriana Albert Dias, historiadora e pesquisadora.
O plano irá propor também o reconhecimento do notório saber dos mestres de capoeira pelo Ministério da Educação. Na prática, isso significa que esses detentores do saber, ainda que não tenham diploma em educação física, poderão ensinar capoeira em escolas e universidades.
A trajetória da capoeira até a provável elevação ao grau de Patrimônio Cultural não foi fácil, como lembra Adriana: “Durante uma fase, a prática foi considerada crime pelo Código Penal. Mas a década de 30 do século passado foi um marco divisor. A partir dali, a capoeira começou a ser reconhecida pela sociedade. Ela deixou de fazer parte apenas do mundo das ruas e passou a ser considerada símbolo da identidade nacional”.
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